segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Apenas o nada no tudo

Um silêncio interno abateu minh'alma. Seu grito ecoou pela sala, cozinha, pela casa. O estômago começou a revirar como se preconizasse o nada absoluto.

Vesti o sem sentido do dia-a-dia para sair, espairecer a mente inquieta. O corpo já deformado pelos anos vividos, coisa que o ser intelectual não admite: algo foi, algo ficou.

Não tem ganhador, não tem perdedor. O tempo imperioso, esse maltrata, esse acarinha. Ao longe a música embala alguém.

Da janela o céu de Teresina.

sábado, 25 de setembro de 2010

B-R-O-BRÓ é aqui

Trancada fico o dia inteiro em uma sala com o ar condicionado ligado (com pausas de várias meias horas), dou-me ao luxo de sentir frio. Lá fora o calor de Teresina inquieta a população. O vento que corre nos céus da cidade mais parece a baforada de um vulcão.

A cada dia o B-R-O-BRÓ esquenta mais. A cada ano ele chega mais cedo e é nesta época que a tarifa de energia elétrica ganha um aumento exorbitante. A percentagem deste aumento é sempre maior no Piauí. B-R-O-BRÓ abrange os quatro últimos meses do ano, setembro, outubro, novembro e dezembro. Brevemente, acrescentaremos o agostembro.

Aqueles que necessitam percorrer as ruas de Teresina depois da 10 horas são deveras corajosos. Vento um forno, sol escaldante.

Amamos viver aqui...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sem confronto

O passado voltou, achei ele muito estranho, abatido, velho. Veio com o tom desafiador, querendo mostrar que venceu. Mas como se está abatido, meio lerdo, querendo o presente, fingindo o futuro?

Não pude confrontar os meus Eus. Apenas um decidiu a batalha que nunca existiu, e venceu. A vitória foi sorridente, mesmo tendo consciência de que a memória retém informações diversas e que ali querem permanecer.

O Eu atual, vencedor, sorri das palavras que não foram ditas, as que foram ouvidas não ecoaram. Venceu e como prêmio me ganhou.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sei não, mas sei lá!!!

Nada dos eus terem aquele papo-cabeça. Não encontraram o ponto em comum. Muito pelo contrário, foram ofendidos e tiveram a grande certeza de que estiveram o tempo todo sozinhos.

À época, foi lindo. A significação foi unilateral. E hoje dizer um não causa reações infantis, um quase fazer beicinho, bater o pé no chão e dizer adeus. Sorrio ao imaginar a cena. Soa tão estranha vinda de um ser tão adulto, tão centrado.

Centrado aonde, cara pálida? Está perdido e não pode me encontrar. Não deu certo, as mensagens não foram decodificadas. Estavam tão difíceis assim???

Sei não, mas sei lá!!!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O passado e Eu

O passado retorna. Cedo ou tarde, ele dá o ar da graça. Depois de anos (muitos anos, mesmo!), revejo alguém que foi muito importante em minha vida.

Quando calculei a quantidade de anos idos tive em minha mente tudo sobre minha vivência, minha mudança. Já não me vejo como antes, muito aprendi, muito deixei para trás, ao menos acredito que tenha deixado.

Fiz um certo balanço, verifiquei o que melhorei, aquilo que ainda preciso aperfeiçoar.

Falta-me confrontar o eu de antes com o eu de agora. Não tive oportunidade de conversar pessoalmente com o cidadão e ter os meus eus comprovados, se encontrando e conversando em minha memória.

Já não somos mais os mesmos jovens, nem serei mais a mesma adulta, depois deste encontro, desta revisão do passado. Acredito que terei a resposta sobre o que fiz de minha vida!!!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O 7 de Setembro

O Brasil está em festa, Dia da Independência. Comemoramos a queda do julgo português. Será que nos livramos de outros? Nem tente me responder...

Não quero pensar, hoje. Sei que é uma data importante para este País, bem mais que a da Descoberta. Alguém lembra o dia e o mês?

Esta data me faz lembrar de um desfile que participei, quando adolescente, na minha cidade natal. Naquele ano, que nem lembro mais qual foi, fomos treinados por um policial militar, com toda sua rigidez e tudo. O tudo foi andar por vários bairros da cidade, subindo e descendo ladeiras, várias tardes inteiras e valia ponto na nota participar do ensaio.

Por essa city tour que nos foi imposta, aproveitamos a oportunidade de nos vingarmos do PM: no dia do desfile (sempre dia 7 de setembro), um pequeno grupo de amigas e adolescentes, empunhando uma máquina fotográfica (daquelas de filme) resolvemos tirar fotos do cidadão. O detalhe: a máquina estava danificada. O nobre estufava o peito no seu posto de pelotão da tropa.

Quanto mais ele estufava, mais fingíamos fotografar. E ele se achando merecedor das atenções daquele jovem grupo de meninas, que ele torturou desfilando pela cidade a marchar.

Sobrevivemos todas, rimos bastante da situação, já nem lembro mais o nome do policial que tentou nos colocar dentro dos rígidos padrões militares.