segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Diário de uma curiosa

Teresina amanheceu, hoje, chovendo, tempo agradável. A terra deve estar muito feliz com essa dose extra de água. A colheita será boa.

Na casa ao lado, estão fazendo uma reforma, ou uma reconstrução. Não sei quantos trabalhadores tem por lá, apenas ouço conversarem. Aliás, fofocarem. Pensa num bando de homem que fala da vida alheia, são mais fofoqueiros que as tradicionais mulheres.

Tome a falar dos outros, principalmente dos conhecidos. O namorado/noivo de uma é feio que dói. A irmã de outra é mais bonita. E falam com uma propriedade imensa, devem ser muito lindos! (hehehe)

O guardião da rua já foi curiar o serviço deles. E ainda saiu com a pérola: já começaram? Aff, trabalhador começa o dia cedo, em sua maioria não é rico, mas começam a labuta com o raiar do sol.

No momento, riem, estão a conversar assuntos diversos. Até criança entrou no rol: detestam menino traquino, aquele que não para quieto, está sempre "descobrindo" algo nos pertences alheios. Vixi, mudaram o verbete: agora, é menino atentado; que é a mesma coisa.

Pela quantidade de assunto, deve ser um batalhão de operários, que podem até ganhar pouco e trabalhar muito, mas se divertem pra caramba.

É feriado no Brasil, hoje, dia da Proclamação da República, dormir até tarde? Não com esse converseiro todo na casa ao lado.

Calaram um pouco, só ouço o barulho de marreta derrubando parede de tijolo (aquele tijolo completo, sem furo). Não reclamaram da vida que tem, muito pelo contrário, pelos sorrisos, deve aceitar o que a vida lhes reservou. Só não gostam de menino malino, repetiram isso inúmeras vezes.

E como riem de cada traquinagem de menino que comentam, devem estar felizes da vida. E a marreta não para de fazer seu serviço.

Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente. Adorei. Quero ver o próximo. bj jotac